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No mundo, um terço dos alimentos produzidos são desperdiçados. Poderiam alimentar 2 bilhões de pessoas.
A FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), quantifica o desperdício de alimentos assim:
O desperdício começa na plantação - com condições climáticas como chuvas excessivas e geadas - e passa pela indústria, logística, varejo e termina no consumidor, que é muito preocupado com a estética do alimento e o rejeita com qualquer “defeitinho”, por menor que seja.
Quando desperdiçamos alimentos, estamos desperdiçando água que é recurso essencial para a agricultura.
No Brasil, além da preocupação com a estética do alimento, existe a idéia de comprar alimentos em grande quantidade, por medo de faltar, gerando um desperdício anual de 40 quilos de comida por brasileiro. Esse volume desperdiçado alimentaria 13 milhões de pessoas, segundo estudo realizado pela Embrapa com apoio da Fundação Getúlio Vargas.
Além do perfil hospitaleiro do brasileiro, famoso em todo o mundo, fazer compra grande de mercado e ter comida farta em casa está ligada ao status. E eu vejo essa realidade na prática do consultório. Muitos pacientes relatam ter tido uma vida difícil na infância e com a melhora da condição financeira, compensa essa dificuldade do passado comprando muito, inclusive comida. Ter a geladeira e o armário cheio de comida traz uma paz de que tempos difíceis ficaram para traz.
Além do desperdício alimentar, essa prática gera o sobrepeso e a obesidade, mas esse é um tema para outro artigo!
Mas o desperdício de alimentos não se relaciona somente ao poder aquisitivo. Famílias mais pobres também desperdiçam pela falta de conhecimento sobre hábitos sustentáveis.
Como diminuir o desperdício alimentar?
Existem ações que tentam diminuir esse desperdício. Alguns hipermercados oferecem descontos na compra de alimentos considerados feios ou próximos ao vencimento da validade.
O aplicativo “Comida Invisível” – o Tinder da Comida – conecta quem tem alimentos sobrando com quem precisa dele. O doador pode ser restaurante, supermercados, hotéis, bares e buffets, que oferecem produtos para doação desde que próprios para o consumo. E o receptor são entidades que distribuem e preparam a comida.
A ONG Banco de Alimentos, criada em 1998, também liga a indústria e comércio de alimentos com instituições sociais, coletando e distribuindo os alimentos.
E cada um de nós pode fazer sua parte dentro da própria casa comprando menos e aproveitando mais.
Andréia Carrara
Nutricionista
www.andreianutricionista.com.br
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